05 maio 2011

No fim...




Depositei os meus sentimentos em pequenas folhas de papel, todos os momentos que me senti triste ou contente... Todas as palavras que não disse ou que até tenho receio... todos os pensamentos desalinhados, constrangidos, revelados ou possuidos!
Hoje sou eu... Amanhã serei!?
Isso já não sei!
Retirei das minhas entranhas para estas metáforas tudo o que ficará para sempre... Agora quero descansar, perder-me num azul perpétuo e interrupto...
Entro nele...
Escondo-me para sempre, e juro que me desvaneço...
Por tudo o que fui padeço!
Talvez agora o significado de morrer faça sentido...
Quando começamos a pensar na morte como um "amigo"
A vida se mostra fria, confusa, inalterável e cinzenta...
Não há justiça...
A dinâmica dos acontecimentos perde-se...
Envolve a vida numa profunda e amistosa raiva, dor e revolta!
No fim...
Criei um novo amigo que odiava e bania do meu dicionário...
Mas coloquei-o de parte na minha vida...
Será um amigo apenas para a despedida...

by me

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23 fevereiro 2011

A leveza do meu ser...

Ontem deitei-me num escuro perdido... iluminado pela alma que me consome, e atirado para a imensidão da minha vida...

Perdida nesse momento, envolveu-me um sono profundo, vindo de uma estação do meu primeiro pensamento.

Depositei nele todo o meu amor, e talvez por ser pensamento... mesmo assim causou esta dor...

Com todas as singularidades que diferenciam os bons dos maus pensamentos, adormeci serena e grandiosa... Por momentos senti a realidade... Por momentos senti uma pressão...

Passaram-se um par de horas e eu num deslize profundo de relaxamento... Quem me visse naquele momento de olhos fechados, acharia a verdadeira cara de naturalidade da leveza humana... a verdadeira cara de felicidade, mesmo que por breves momentos...

Estava tudo tão claro como as águas do Niagara... nelas a beleza da natureza... mas junto a pressão e revolta da mesma...

É isto que sentimos... Uma transparência de virtudes... mas depois vem a pressão dos defeitos...

Acordei no meio dessas águas... leve e solta... mas num turbilhão de direcções, amarrei-me...

Virei a cabeça... para a direita, esquerda, para trás, frente... e mesmo de olhos fechados vim ao de cima...

Acordei tranquila... passei a revolta das águas e achei-me na corrente...

Hoje... leve... solta...


by me

14 novembro 2010

Dias...




Deslizo por sombras,
De nuvens intensas,
Vejo nelas um espírito e uma vontade,
Embalo e encontro só uma verdade.

Aproveito os sons,
As palavras do vento,
As coisas boas da vida...
Será que com elas descubro a saída?

Pequenas ou grandes,
Formosas, singelas...
O que tenho e quero,
Está agora com elas...

Acordo num dia, noutro e noutro...
E todas me dizem...

Todas me falam...
Todas me escondem
Todas me embalam...

Por vezes procuro,
Algo que me diga...
Se vivo contigo...
Se o destino me obriga!?

by me

25 outubro 2010

Me, myself... and I




Deve haver melhor em mim...
Algo formado de realidades mistas...
Algo consciente e inconsequente!

Tratando-se de uma mera visão...
Acordo na penumbra de um dos meus sonhos...
E vislumbro um ponto branco!

Ainda é escuro na minha cabeça,
Mas tudo se torna mais nítido quando...
Abro os olhos... e te vejo!

Na escuridão de todas as noites...
Aparecerá esse ponto,
E eu... ficarei à espera!

Aproximo-me do tempo...
Do tempo que sonhei...

Por entre dias... meses e poucos anos,
Encontrei esse ponto... um ponto frágil,
Que agora se tornou firme... um ponto dependente...
Que hoje se tornou livre!!!

Foge dos meus sonhos e ganha vida...
Ganha força para viver,
Mas no final não vejo só um ponto!

Encontro-te...
Vejo-te...
Brilhas no céu...
Brilhas em mim,
Porque aqui ou ali... serás sempre MEU!!!

by me

25 setembro 2010

Está na hora...

Está na hora...

Olho para trás e encontro um passado...
Olho para mim encontro o presente...
Olho para a frente ... mas não vejo futuro!!!

Para os que sentem as coisas mais simples da vida...
Para os que sorriem nas alturas difíceis...
Para os lutadores de sonhos...
Para os que amam de verdade...
Para os que acordam felizes...
Para os que têm amigos...
Para os que sentem as dificuldades...

Para mim... para ti...

Olho para o relógio...
Abraço o meu destino...
E penso que chegou a hora!
Chegou a hora de lutar...
Lutar pelo que não vejo... mas sinto!
Lutar pelo que amo...
Pela verdade, pois a ti não te minto!

Lutar pelo que sou...
Pela mulher que me acolhe...
Pelo poder de sentimentos que possuo!

Olho para o relógio...
Abraço o futuro...
E penso que não me arrependo...
Chegou a hora de te amar...
Luto por ti, porque te amo...
Luto por ti , porque te vejo...
Porque agora... não és só um desejo!

Do interior me equilibro...
Por todas as horas que me deste...
Recolhi de mim um pequeno retrato...

E com ele me despeço... e parto...


by me

30 agosto 2010


Quando morrer, não quero flores... As flores quero-as agora...

Passagem...

A tua praia...
A minha praia...
A nossa praia...

Passo pelas ondas que carregam o sal das palavras,
Procuro saber qual delas me tempera,
E encontro uma...
Imponente... gigante, e dela me afasto...
Todo o seu sal me espera!

Apanhada nas securas de um dicionário...
Num rolo de dúvidas e incertezas...
Com tantas voltas que dou,
Viro-me no infinito...
E seco-me de impurezas!

Acabo na rebentação...
Oiço algo estranho,
Uma voz chamando de longe...
Entro de novo no sal...
Onde novas ondas apanho!

Às vezes prefiro pensar,
Que de todas as ondas que encontrar...
No meio do meu dicionário,
De palavras tão incertas...
Alguma me irá levar,

Por becos e ruas... abertas!!!!

by me
Ser ou não Ser Hamlet: Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida.

William Shakespeare, in "Hamlet"

20 agosto 2010

Mensagem


Ao amanhecer, nesta ampla e longa praia,
Encontro grãos de vida,
Uns atiro para a água, outros perco-os...
E os que me sobram são arrancados pela força das ondas!
Provocando em mim, crescimento desordenado...
Fazendo com que cada onda,
Seja atropelada pela minha âncora...
E dos grãos que perco, pelo menos fique um agarrado...

De longe, ficar sozinha...
Só a onda me sabe apanhar,
Dela serei escrava,
Se sair... não voltarei a entrar.

Por algo deixo mensagem,
Numa garrafinha pequena,
Cabe nela todo o meu tesouro...
Talvez se a encontrares, valha a pena!

Não posso seguir o meu rumo,
Sem antes te dizer,
Para ter esta garrafa vazia...
Algo tive de beber.

Bebo algo amargo e doce...
De tudo o que me resta ingerir
Todas as palavras que escrevo,
Na garrafa verei partir...

Permanecerei nesta praia...
Até alguém me encontrar,
Tantos grãos perco nas ondas...
Algum deles irá voltar...

by me