20 setembro 2009

Pedras...



De formas e tamanhos...
Cores e cheiros...

Inanimadas e surrealistas,

Cheias de cristais e ametistas.



Por caminhos as marcam

Em pedaços esquecidos,

Quem nelas toca ou pisa

Sem sequer se desculpar,

Por motivos que à deriva,

Tentamos apaziguar.



Partimos, atiramos,

Ou simplesmente chutamos...



No silêncio da noite,

Onde nem elas se veêm,

Encontramos a doçura e a calma...

Nela te sentas, nela te encontras...

À deriva

Ouvindo a voz da tua alma.



by me

Traços são as palavras que retenho...



Numa linha escondida e transparente...

Esmurece o ponto da caneta,

Da qual te prende a mão

Na linha escura e preta!

Rigorosa na escrita,

Lucida no coração.




Passo a folha...

Mudo o grafismo,

Adormeço a ponta e estico os braços...

Com eles delíneo um ângulo,

Atravesso o caderno

E encontro do outro lado uma palavra,

Adornada ao poder das letras...

Juntas e sempre secretas.




Da força faço um traço

Redondo e baço...

Da ternura uma frase longa

Envolta de cores,

Que escondem o rasto de uma sombra!



by me

17 setembro 2009

Liberdade ou limites...?


Nem tudo o que escrevo entendo...
Brinco com isso, e invento...
Todos os dias pergunto... o quê?
Será que sinto? Será que escrevo,
Será que no fundo alguém lê?

Renasço cada vez que contemplo,
Outrora... até em pensamento!
Sequer há conclusão... Sequer há norte!
Agarra o coração algo mais forte!

Por limites lançados,
Algo austero e agudo,
Mudo de pouso e procuro
Um outro olhar ou cruzamento...

Calço todos os sapatos,
Que vejo no meu armário,
Aumento a minha bagagem,
E faço um recuo temporário...

Procuro ser realizador
Artista, empreendedor...
Alguma coisa parecido com escritor!
Eu voo,... voo longe,
E nada encontro em redor...
De tudo fujo em sacrificio,
Num tornado de ardor...


by me

10 setembro 2009

Precisamente...


Ao fundo da escada encontras,
Uma porta colossal,
Exagerada pela vista,
E cobiçada pelo tempo...
Embargada pela força do pensamento,
Se esconde atrás de um manto...
Branco e quebradiço,
Elevado pelo vento!

No início desta viagem...
Ouço ao fundo um som clemente,
Depurado e distinto,
Uma harmonia saudosa, quem sabe até gloriosa,
Um timbre altruísta...
Desinteressado e conformista!

Subo o último degrau,
Preparando-me para abrir,... aquela porta confusa,
Desnudada de medo,
Acurada de vida,
E naquele espaço percebo...
Que nela guarda um segredo!

Paro e finalmente...
Percebo o que sente...
O mesmo que eu... precisamente!

by me


09 setembro 2009

Gota a gota...



Voltei-me...
Abri e fechei...
O quê, não sei!

É algo intrínseco...
As minhas lágrimas invadem o meu rosto como um pincel na tela...
Como esta caneta numa folha de papel!

Nestes instantes de fraqueza...
Choro, porque tenho de chorar.
Nelas encontro um mar imenso, salgado e doce...
Percorrendo a minha cara, descubro que...
Entram num caminho sem retorno, numa rua sem nome, num rio forte!
Tornam-se prisioneiras da corrente, e nela levam dor, e algum sofrimento.

Os meus olhos prisioneiros nas sombras da escuridão,
E o meu rosto mergulhado nos gostos e sabores de uma gota...
Criam forças para que não perca a luz e o brilho que escureceram num momento...

E penso naquele rio... onde encontro um só sentimento!

by me



"Código"


Das minhas frases..., estende-se um texto com segredos, uma palavra oculta... algo incógnito. Dela me vejo, dela me escondo... Dela me lembro, cada vez que te encontro!
Seguro os verbos, os adjectivos, e as metáforas..., essas uso apenas pelo mistério, interpretação abusiva e individual do que digo! Às vezes da minha boca sai algo arcano, rijo, censurável até, mas que no fundo só eu sei... Apenas eu posso desvendar, destapar e criar um diálogo seguro e interpretativo! É contraditório e ao mesmo tempo compatível com o nosso segredo... mutismo individualista... censurado e realista...
Pelos meus olhos entendes, te estendes nas palavras que usas e abusas... sem saber do que se trata, apanhas..., recolhes informação.
Teus olhos de anjo..., aqueles que tentam criar, tentam demonstrar letras, números, coisas com mais sentido...
Mas enterrei numa caixa, fiz um mapa..., com sinais de perigo, e coloquei todos os meus fantasmas lá dentro..., atados a tudo, e dependentes de mim!!
Tornam-se num animal selvagem, um ser hipoteticamente abandonado, mas na verdade adoptado e dependente de alguém...
Vestígios apagados, sombras enjauladas... E tudo por quem?
Por mim, por ti... e por ninguém!


by me