30 agosto 2010


Quando morrer, não quero flores... As flores quero-as agora...

Passagem...

A tua praia...
A minha praia...
A nossa praia...

Passo pelas ondas que carregam o sal das palavras,
Procuro saber qual delas me tempera,
E encontro uma...
Imponente... gigante, e dela me afasto...
Todo o seu sal me espera!

Apanhada nas securas de um dicionário...
Num rolo de dúvidas e incertezas...
Com tantas voltas que dou,
Viro-me no infinito...
E seco-me de impurezas!

Acabo na rebentação...
Oiço algo estranho,
Uma voz chamando de longe...
Entro de novo no sal...
Onde novas ondas apanho!

Às vezes prefiro pensar,
Que de todas as ondas que encontrar...
No meio do meu dicionário,
De palavras tão incertas...
Alguma me irá levar,

Por becos e ruas... abertas!!!!

by me
Ser ou não Ser Hamlet: Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida.

William Shakespeare, in "Hamlet"

20 agosto 2010

Mensagem


Ao amanhecer, nesta ampla e longa praia,
Encontro grãos de vida,
Uns atiro para a água, outros perco-os...
E os que me sobram são arrancados pela força das ondas!
Provocando em mim, crescimento desordenado...
Fazendo com que cada onda,
Seja atropelada pela minha âncora...
E dos grãos que perco, pelo menos fique um agarrado...

De longe, ficar sozinha...
Só a onda me sabe apanhar,
Dela serei escrava,
Se sair... não voltarei a entrar.

Por algo deixo mensagem,
Numa garrafinha pequena,
Cabe nela todo o meu tesouro...
Talvez se a encontrares, valha a pena!

Não posso seguir o meu rumo,
Sem antes te dizer,
Para ter esta garrafa vazia...
Algo tive de beber.

Bebo algo amargo e doce...
De tudo o que me resta ingerir
Todas as palavras que escrevo,
Na garrafa verei partir...

Permanecerei nesta praia...
Até alguém me encontrar,
Tantos grãos perco nas ondas...
Algum deles irá voltar...

by me

16 agosto 2010

Viagem...



Olho para este bolg... e nele vejo os traços e pensamentos que passam pelo "ser" que sou...
Falava de mim se soubesse o que sinto...
Expressava palavras ocultas que me restam no interior...
Mas penso que não seria correcta se falasse de mim...
Assim falo das pessoas que amo, de sonhos que tenho, de palavras que vejo ignoradas pelo tempo...
Falo de amor, carinho, amizade, paz... passado , presente e futuro!
Namoro todos escritos que tenho e deixo que interpretem como se o sentissem...
Deixo que namorem todas as palavras que escrevo e através delas se sintam...
Através delas se percam no presente!

Posso definir-me como eterna sonhadora, viajante... cujo as malas se encarregam da bagagem que me transporta!
Bagagem esta que levo comigo até quando a viagem parar...
Até quando já não houver estrada...
E contigo deixar de me cruzar...

Na escrita...
Melancolia...
Na pessoa...
Aventureira...
Talvez seja este contraste,
Que me faça caminhar...
De malas e bagagens...
Atravessando estes traços rasgados...
E com pensamentos...
Resolva devolver... a mim "ser" significante...
Não para ti... mas para os que me amam...
Um momento marcante!

Estar aqui...
Contigo...

by me