28 março 2010

Presente...





Diz-me...
Em que mulher me tornei?
Em que ser pus a minha alma?
Em que pedaço de mim existo?
Em que momentos falhei?
Dos quais, com o olhar persisto...
Mesmo sem querer...

Ontem fui...
Hoje sou...
Amanhã serei...
Já nasci predestinada,
Assim dizem os crentes,
Que a minha sina está apagada...
Pois se dela soubesse algo...
Do que fui não seria nada!!!

A partir desse momento,
Tudo em mim se tornou luz...
Sina está apagada...
Luz activada e sigo
Por entre espaços...
Que neles sombras pairam,
Mas deles...
Crio laços!

Atravessei o escuro...
Parti todas as crenças...
Esmiucei todos os cantos,
E fui... ser assim,
Como sempre fui...
Livre e solta...
Como a vida...
Como o tempo...


Pois este não volta!


by me

27 março 2010

A Chuva...



"As coisas vulgares que há na vida...
Não deixam saudade...
Só as lembranças que doem

Ou fazem sorrir...
"

A chuva no meu terraço...
Inclemente... transparente...

Desequilibra as minhas raízes,
Provoca...
A sede imortal,
Mudança...

Evolução e a novidade...

Dos meus sapatos molhados...
Se entrega a minha saudade!


Mas... é só chuva?!

Uma estrada molhada... escorregadia,

Um sapato estragado...

Uma rua vazia...

Molhei-me...

Atravessei a rua e estraguei o sapato...

Prefiro pensar que talvez o sapato era feio...

E que molhar-me levou de mim alguma nódoa...

"A chuva ouviu e calou...
meu segredo à cidade...

E eis que ela bate no vidro,

Trazendo a saudade!
"

Sinto falta do tempo,
De tudo o que ele significa...
Da chuva... do sol... e da lua,
E da escuridão que entra...
Nos abraça e nos fixa,
Num ápice nos critica...
E outro nos atormenta!

A minha janela está afortunada...
Tem o cheiro da vida...
Terra molhada,
E nada partida...
Bate com força
Som assustador,
Do lado de dentro...
Sinto frio e calor!

Sou intima da chuva...
De dentro... quente naquela hora,
Mas fria por vezes... como agora!


by me